O planejamento público de mobilidade urbana da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, irá agravar as emissões de gases de efeito estufa no município, identificou estudo dos pesquisadores brasileiros do Programa de Planejamento Energético da UFRJ, André Luiz Lopes Toledo e Emílio Lèbre La Rovere.
O artigo foi publicado na revista internacional Sustainability na edição de Novembro/2018. Segundo ele, o setor de transportes é responsável por uma parcela significativa tanto do consumo mundial de energia quanto das emissões de gases de efeito estufa. Alcançar a meta de limitar o aquecimento global exigirá que intensa redução das emissões pelo setor.
Os dados analisados revelam que na América Latina esse setor responde por 35% das emissões totais desses gases. Elas têm origem predominantemente no segmento rodoviário, que pode responder por até 92% do total de gases liberados pelo setor. A contribuição do setor de transportes para as emissões totais na América Latina é maior do que em outras regiões do mundo. Além disso, o setor apresenta as taxas mais elevadas de emissão entre todos os setores da economia, apresentando enormes desafios para implantar medidas de mitigação.
Na cidade objeto do estudo de caso foi verificado que o principal responsável pelas emissões de gases de efeito estufa é o transporte individual motorizado, tanto nas emissões atuais quanto nos cenários projetados.
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Fonte: Texto adaptado do original disponível em Ciência e Clima
Buscando avaliar os requisitos para o Brasil se tornar um país carbono neutro, isto é, com emissões líquidas zero de gases efeito estufa (GEE) no horizonte de 2060, a Presidência da República, em junho de 2018, solicitou ao Fórum Brasileiro de Mudanças do Clima (FBMC) a elaboração de uma proposta avaliando o que seria necessário para atingir este objetivo. Com este propósito em mente, surgiu o relatório “Brasil Carbono Zero em 2060”.
Segundo o coordenador executivo do FMBC, Alfredo Sirkis, o sentido desse estudo é formular e traçar, para o presente e futuros governos, os grandes contornos de como poderia ser alcançado esse objetivo de tornar o Brasil um país carbono neutro.
Esse estudo foi elaborado pela equipe técnica do Centro Clima da COPPE/UFRJ e será complementado por um estudo mais abrangente - que vai além de mitigação de emissões, incluindo adaptação e visões da sociedade - elaborado pela Câmara Temática de Visão de Longo Prazo do FBMC.
Confira o relatório na íntegra aqui
As nações mais ricas do mundo estão longe de tomar as medidas necessárias para conter o aquecimento global e limitar as mudanças climáticas dele consequentes, aponta relatório divulgado nesta quarta-feira pela Climate Transparency, parceria internacional entre organizações e institutos dedicados à avaliação e pesquisa do tema.
Segundo o levantamento, 82% da energia utilizada pelos países do G-20, grupo que reúne as 20 maiores economias do planeta, ainda vem de combustíveis fósseis, uma das principais fontes de gases do efeito estufa emitidos pela ação humana, com Austrália, Arábia Saudita e Japão dependendo deles para mais de 90% de seu suprimento de energia.
Assim, se tudo continuar como está, no fim do século a temperatura média da Terra estará ao menos 3,2º Celsius acima da registrada no início da Revolução Industrial no século XIX, muito além da meta de 1,5º Celsius definida no Acordo do Clima de Paris, aponta o documento, intitulado “Brown to green” (“De marrom a verde”, em tradução livre).
Ainda de acordo com relatório, nenhum dos países do G-20 assumiu até agora compromissos de cortes nas emissões compatíveis com este objetivo, e só a Índia está chegando perto, num caminho alinhado a um aquecimento de 2º Celsius, teto do acerto assinado na Conferência do Clima realizada na França em 2015. As nações do G-20 têm um papel fundamental no cumprimento deste compromisso, já que respondem por cerca de 80% das emissões globais de gases do efeito estufa.
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Em entrevista para a revista digital Subsea World Magazine, a pesquisadora Sílvia Schaffel (LIMA/PPE/COPPE) salientou a necessidade de estabelecer um marco regulatório e metas para ampliar as operações eólicas offshore, promovendo eficiência e segurança jurídica.
Para a pesquisadora, ainda estamos no primórdio deste tipo de energia no Brasil e ressalta a importância de incentivar a geração de energia elétrica no mar em um cenário de transição para uma economia de baixo carbono e no quadro em longo prazo.
Por outro lado, essas medidas devem ser planejadas e estudadas. Isto, pois há ainda uma demanda de conhecimento acerca dos impactos ambientais dessa atividade e da importância da segurança operacional no que a envolve. Assim, Silvia aponta que as oportunidades para o setor naval no desenvolvimento de navios especializados e para o setor portuário crescem cada vez mais, conforme portos no exterior passam a se atentar para o mercado da energia eólica offshore.
A pesquisadora, junto ao prof. Emílio La Rovere e Fernanda Westin, destaca a necessidade de se criar uma agenda conjunta entre os setores de petróleo e gás e o segmento de energia eólica offshore no Brasil. Desse modo, seria possível o aproveitamento de estruturas marítimas, a descarbonização da demanda energética offshore e o compartilhamento de informações ambientais.
Confira aqui a versão em Português na página 82
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No dia 13 de novembro de 2018, ocorreu o Seminário Rio 2030, organizado pela Subsecretaria de Planejamento e Acompanhamento de Resultados e seu Escritório de Planejamento da Prefeitura do Rio de Janeiro.
O seminário teve como objetivo inspirar técnicos de diferentes áreas da Prefeitura para a construção da visão de médio e longo prazo, como parte do processo de elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável. O evento se centrou em olhar para 2050 e pensar em qual tipo de cidade construiremos. Assim, uma das perguntas norteadoras foi: quais passos o Rio precisa dar, partindo do ponto em que se encontra, para cumprir o que propõe a agenda 2030, em linha com as metas dos ODS.
Dentro deste evento, o Professor Emílio Lèbre La Rovere participou da mesa "Cidade saudável, inclusiva, equitativa" junto a demais pesquisadores do tema urbano e do que lhe circunda. A mesa buscou debater a construção de políticas e planos integrados para um crescimento compacto, com universalização do acesso à infraestrutura e espaços públicos verdes, seguros e inclusivos, e implementação da agenda de adaptação e mitigação às mudanças climáticas.
Mesa: "Cidade saudável, inclusiva, equitativa"
Palestrantes:
Emílio La Rovere (UFRJ) – As mudanças climáticas e as perspectivas para a cidade;
Victor Andrade (LABMOB) – Mobilidade e espaços públicos ativos e seguros;
Vera Tângari (UFRJ) – Crescimento da cidade e pressão sobre áreas frágeis e infraestrutura;
Thiago Vasconcellos Barral Ferreira (EPE) – Planejamento energético para o país e as perspectivas da estrutura energética.
Data: 13.11.2018
Horário: 9 às 18 horas
Local: Auditório do Planetário do Rio.
Confira o convite do seminário aqui
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