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Já está no ar o novo episódio da série Café com Conselheiro, que reúne temas essenciais para quem acompanha a agenda de clima no Brasil. Nesta edição, o Coordenador de Pesquisa do Climate Finance Hub Brasil (CFH Brasil), Luan Santos, PhD, entrevista o professor Emilio Lèbre La Rovere, do Centro Clima da COPPE/UFRJ, um dos maiores especialistas do país em planejamento energético e políticas climáticas.
Na conversa, La Rovere explica os caminhos possíveis para a descarbonização de longo prazo no Brasil e como metodologias como o backcasting e os cenários do Deep Decarbonization Pathways Project (DDP) ajudam países e empresas a estruturar metas realistas e estratégias alinhadas com a neutralidade de emissões. O professor detalha ainda a importância de cenários nacionais construídos com base em modelagem matemática, avaliação econômica e equipes multidisciplinares, elementos centrais do DDP, que utiliza análises de longo prazo e atualizações anuais para acompanhar mudanças tecnológicas, econômicas e políticas.
Conselheiro do CFH Brasil e Coordenador do Grupo de Trabalho Técnico da instituição, Emilio La Rovere comenta também a necessidade de reduzir subsídios a combustíveis fósseis e o papel do Plano Clima na criação de planos setoriais e definição de limites de emissões. Esses elementos servirão de base para o futuro Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), que deverá combinar instrumentos econômicos com ações de comando e controle para acelerar a descarbonização no país.
O episódio ilumina não apenas conceitos, mas sobretudo as implicações práticas de uma transição climática consistente, destacando por que o Brasil precisa alinhar planejamento, política pública e ação empresarial para avançar.
Confira agora a entrevista completa com o Professor Emilio Lèbre La Rovere no Café com Conselheiro.
Fonte: Climate Finance Hub Brasil
O professor Emilio Lèbre La Rovere, do Centro Clima da COPPE/UFRJ, participou no dia 18 de novembro do evento promovido pelo Ecumene Global Fórum durante a COP30, realizada em Belém, entre 10 e 21 de novembro de 2025.
O Ecumene Global Fórum é a única plataforma especializada na Rússia apoiada pelas Nações Unidas desde 2021 e foi criada para promover um diálogo global em torno do desenvolvimento sustentável, reunindo especialistas internacionais de alto nível. Seus resultados são apresentados anualmente na Conferência das Partes da UNFCCC. Desde sua criação, o Fórum já envolveu mais de 500 especialistas de mais de 40 países, alcançando mais de 1,5 milhão de visualizações em suas transmissões.
Com foco na cooperação internacional para as agendas ambiental e climática, o Ecumene promove debates estratégicos entre representantes empresariais e especialistas de diversos países. Nesta edição, o Fórum apresentou um relatório especial sobre os principais acontecimentos da COP30 e organizou uma série de entrevistas com especialistas de destaque mundial.
Os diálogos abordaram temas essenciais para a agenda climática global, como as prioridades da Rússia na COP30, as iniciativas da Presidência brasileira e os desafios atuais da governança climática. Também foram discutidos tópicos como cadeias de suprimentos sustentáveis, descarbonização do transporte internacional, mobilização de capital privado para adaptação, papel do gás natural na transição para economias de baixo carbono, biodiversidade e transição energética justa. Representantes dos países do BRICS ainda debateram os objetivos e prioridades do bloco na Conferência. As atividades foram moderadas por Evgeny Khilinskiy, vice-presidente do Gazprombank.
A gravação completa do evento e a entrevista individual do Professor Emilio Lèbre La Rovere estão disponíveis nos links abaixo:
O Centro Clima da COPPE/UFRJ, em parceria com o CIRED e o TERI, preparou para o side event da COP30, previsto para ocorrer no dia 20 de novembro (mas que não foi realizado devido ao incêndio ocorrido) a apresentação da Proposta de Iniciativa Piloto voltada a ampliar o financiamento climático e apoiar países em desenvolvimento na implementação de trajetórias compatíveis com o Acordo de Paris. Embora o debate não tenha ocorrido, o material produzido para o painel está disponível, incluindo o Summary Statement, documento que sintetiza os principais pontos da proposta.
O texto discute formas de ampliar o uso de garantias públicas multisoberanas, consideradas fundamentais para mobilizar grandes volumes de capital privado e reduzir riscos que ainda dificultam investimentos verdes. Atualmente, muitos países enfrentam limitações fiscais porque precisam registrar integralmente o valor garantido como passivo, o que encarece o uso dessas garantias e reduz sua atratividade.
Para enfrentar esse desafio, a iniciativa propõe a criação de Mecanismos de Garantias Multisoberanas (MSGMs), que permitiriam que os países participantes, incluindo vários países desenvolvidos, fornecessem conjuntamente garantias soberanas de alto nível (AAA+). Esse modelo compartilhado reduz custos, aumenta a confiança dos investidores e viabiliza empréstimos mais acessíveis e de longo prazo para projetos climáticos no Sul Global. Os MSGMs trariam benefícios tanto para países em desenvolvimento, ao ampliar espaço fiscal e atrair investimentos, quanto para países garantidores, que ganhariam novas oportunidades de investimento seguro e reforçariam sua legitimidade internacional.
A proposta recomenda que a plataforma seja flexível, apta a apoiar diferentes trajetórias de transição e a colaborar com instituições de financiamento ao desenvolvimento, fortalecendo iniciativas locais. Como etapa seguinte, sugere-se que a COP30 estabeleça um “laboratório de design” para desenvolver regras operacionais e testar uma plataforma experimental com países pioneiros.
A iniciativa também é sustentada por contribuições estratégicas para agendas internacionais. O texto apresntado em 2024 no âmbito do T20, grupo de think tanks do G-20, “Towards a multi-sovereign guarantee mechanism for low carbon investments and climate resilience in developing countries” reforça a relevância de uma arquitetura de garantias multi-soberanas (MSGA) para mobilizar financiamento privado, reduzir riscos, facilitar fluxos de capital e apoiar o cumprimento das NDCs no contexto do Acordo de Paris. Essa arquitetura busca enfrentar barreiras regionais e setoriais, fortalecer cadeias globais de valor e impulsionar a reforma da estrutura financeira multilateral.
A proposta também foi submetida ao Baku to Belém Roadmap to USD 1.3 Trillion, da UNFCCC, no documento “A Multi-Sovereign Guarantee Mechanism to Accelerate Climate Investments in Developing Countries”. A submissão descreve o mecanismo multissoberano como uma solução capaz de acelerar investimentos climáticos ao transformar garantias soberanas em instrumentos “não-dívida”, reduzindo custos de capital e ampliando os prazos de financiamento.
Dois outros estudos, coordenados pelo CIRED, de Paris e pela University College de Londres, respectivamente, completam o embasamento da Declaração apresentada na COP 30.
Acesse os documentos completos:
• Summary Statement
• Contribuição para o T20
• Submissão para o Baku to Belém Roadmap to USD 1.3 Trillion
• Versão preliminar – Securing the acceleration of climate action thanks to the short-term benefits of multi-sovereign climate finance
• Scaling Climate Finance in EMDEs Through Guarantees: Unlocking Private Capital for EMDEs in a Shifting Geopolitical Landscape
O Centro Clima participou, no dia 18, de uma apresentação ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) seguindo a mesma linha do evento realizado em 8 de outubro, porém em versão mais resumida. Durante o encontro, a equipe apresentou a metodologia que será aplicada para avaliar os impactos econômicos e sociais do Plano Clima, o documento oficial que orienta as ações do governo federal para cumprir as metas de mitigação de emissões previstas na NDC do Brasil para 2030 e 2035.
O estudo será conduzido pelo Centro Clima e pelo EOS no início de 2026, assim que a versão final do Plano Clima for aprovada pelo Comitê Interministerial de Mudança do Clima. A iniciativa será patrocinada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, após Centro Clima e EOS vencerem o processo de licitação.

O Centro Clima da COPPE/UFRJ, em parceria com o CIRED e o TERI, lançam durante um side event da COP30 no dia 20, a Proposta de Iniciativa Piloto voltada a ampliar o financiamento climático e apoiar países em desenvolvimento na implementação de trajetórias compatíveis com o Acordo de Paris. Na ocasião, também será apresentado o Summary Statement, documento que sintetiza os pontos centrais da proposta.
O texto discute como ampliar o uso de garantias públicas, consideradas essenciais para mobilizar grandes volumes de capital privado e reduzir os riscos que ainda limitam investimentos verdes. Atualmente, muitos países enfrentam restrições fiscais porque precisam registrar integralmente o valor garantido como passivo, o que encarece e desestimula o uso dessas garantias.
Para superar esse desafio, a iniciativa propõe a criação dos Mecanismos de Garantia Multi-Soberanos (MSGMs), permitindo que vários países forneçam conjuntamente garantias soberanas de alto nível (AAA+). Essa abordagem compartilhada reduz custos, aumenta a confiança dos investidores e viabiliza empréstimos mais acessíveis e de longo prazo para projetos climáticos no Sul Global. Os MSGMs trariam benefícios tanto para países em desenvolvimento, ao ampliar espaço fiscal e atrair investimentos, quanto para países garantidores, que ganhariam novas oportunidades de investimento seguro e fortaleceriam sua legitimidade internacional.
A proposta defende que a plataforma seja flexível, capaz de apoiar diferentes trajetórias de transição e de trabalhar com instituições de financiamento ao desenvolvimento, fortalecendo também iniciativas locais. Como próximo passo, sugere-se que a COP30 estabeleça um “laboratório de design” para construir regras operacionais e testar uma plataforma experimental com países pioneiros.
Além disso, a iniciativa embasa contribuições estratégicas para agendas internacionais. No âmbito do T20, o texto “Towards a multi-sovereign guarantee mechanism for low carbon investments and climate resilience in developing countries” destaca a importância de uma arquitetura de garantias multi-soberanas (MSGA) para mobilizar financiamento privado, reduzir riscos, facilitar fluxos de capital e apoiar o cumprimento das NDCs no contexto do Acordo de Paris. Essa arquitetura busca superar barreiras regionais e setoriais, fortalecer cadeias globais de valor e impulsionar a reforma da estrutura financeira multilateral.
A proposta também foi submetida ao Baku to Belém Roadmap to USD 1.3 Trillion no documento “A Multi-Sovereign Guarantee Mechanism to Accelerate Climate Investments in Developing Countries”. A submissão apresenta o mecanismo multissoberano como uma solução capaz de acelerar investimentos climáticos ao transformar garantias soberanas em instrumentos “não-dívida”, reduzindo custos de capital e ampliando os prazos de financiamento.
Acesse os documentos completos:
• Summary Statement
• Contribuição para o T20
• Submissão para o Baku to Belém Roadmap to USD 1.3 Trillion