A Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), batizada de COP25, deste ano foi realizada em Madri. Com o objetivo de discutir os avanços na implementação do Acordo de Paris, pelo qual os países signatários se comprometeram a reduzir as emissões de (GEE), com objetivo de limitar o aquecimento global a 2ºC acima dos níveis pré-industriais, o evento traz uma programação variada, repleta de discussões pertinentes à problemática.
O Centro Clima marcou presença na COP25, representado por Emilio Lèbre La Rovere, coordenador do Centro Clima, em dois side events, realizados no dia 3 de dezembro:
O primeiro evento consistiu em um debate sobre o tema “Usando estratégias de longo prazo para aprimorar as NDCs: visões dos governos, bancos, especialistas e sociedade civil”, promovido pelo IDDRI, representado pelo Dr. Yann Robiou du Pont e pelo New Climate Institute, representado por Frauke Röser. Du Pont buscou responder a pergunta de como o LTS pode mostrar o aprimoramento das NDC’s, enquanto Röser forneceu informações sobre LTS a partir do Relatório de Atualização da NDC de 2019.
No debate posterior a apresentação dos painéis, La Rovere falou sobre a precificação do carbono como elemento-chave para o cumprimento das metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, e também sobre a utilização da receita decorrente de uma possível taxação sobre o carbono para o financiamento de políticas para geração de emprego e redução da desigualdade social.
Além de La Rovere, o debate contou com a presença de Juan Pablo Bonilla, Diretor de Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável do Inter-American Development Bank, Tony Ripley, Chefe da Estratégia de Ambição da UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change ou Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, em português) na unidade COP26, Richard Barron, Diretor da 2050 Pathways Platform e Red Constantino, Diretora-executiva da ICSC, Filipinas.
O segundo consistiu em uma discussão a partir da perspectiva de “Ação colaborativa para uma ambição mais alta: vinculando governo, agentes externos e análises”. Participantes de vários países e origens compartilharam abordagens equitativas informadas analiticamente e soluções de políticas para descarbonização profunda em toda a economia, com o objetivo de aumentar a ambição por meio da colaboração ativa entre empresas, governos e sociedade civil.
Além do professor, o painel incluiu a participação de Marta Torres-Gunfaus, pesquisadora sênior de clima e energia do IDDRI e líder de diálogos de políticas no país para o DDPP - Deep Decarbonization Pathways Project; Nate Hultman, Professor Associado da Escola de Políticas Públicas da Universidade de Maryland e diretor do Centro de Sustentabilidade Global; Pedro Faria, Assessor Estratégico do CDP e Siddharth Pathak, Diretor de Parcerias na 2050 Pathways Platform. A discussão foi moderada por Alden Meyer, Diretor de Estratégia e Política da Union of Concerned Scientists.
A fala de Emilio apresentou resultados de projetos coordenados no Centro Clima, como o MAPS e o DDPP, que contribuem para elaborar estratégias de longo prazo para o desenvolvimento com baixas emissões de carbono (LEDS) para o Brasil, com forte envolvimento de partes interessadas (governo, empresas, comunidade científica e ONGs). Além dos aspectos técnicos, La Rovere salientou a relevância do envolvimento dessas partes interessadas para manter o ímpeto na mitigação das mudanças climáticas, mesmo quando o governo federal muda radicalmente sua posição sobre esse assunto, como foi o caso do Brasil este ano.
Marta se concentrou na União Europeia para trazer as ideias do projeto de pesquisa de três anos chamado COP21: Ripples, do qual o Centro Clima também participou, de modo a destacar a importância de abordagens multidisciplinares; como a transformação da União Europeia requer pensar em termos de transformações setoriais, dimensões socioeconômicas e políticas das abordagens de transição e cooperação internacional. Nate falou sobre o estado atual da análise de descarbonização dos EUA, com o envolvimento de estados, cidades, empresas, investidores, universidades e ONG’s como We Are Still In e America’s Pledge e discutiu o papel dos governos subnacionais versus o governo federal em ambos os países, finalizando com a análise dos paradigmas de implementação de LEDS.
Pedro discutiu o trabalho do CDP com empresas e investidores sobre compromissos de descarbonização, teste de estresse do modelo de negócios em relação às metas de temperatura de Paris, transparência e divulgação corporativa e questões relacionadas. Por fim, Siddharth falou do trabalho que está sendo desenvolvido sobre os caminhos para 2050, além de apresentar uma visão geral de quais são as expectativas para 2020. Também abordou o desenvolvimento nacional de LEDS e os desdobramentos na China, Índia e das outras grandes economias. A discussão aconteceu no dia 3 de dezembro e fez parte da programação da COP 25.
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O Brazil Climate Action Hub foi um espaço aberto e plural na COP25 onde governos subnacionais, sociedade civil, parlamentares e setor empresarial promoveram discussões sobre soluções e desafios da ação climática no contexto brasileiro e latino-americano. Através do hub, a sociedade brasileira marcou presença na COP25, em Madri. A Conferência das Partes (COP) é o órgão supremo de tomada de decisão da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), também conhecida como UNFCCC (do original em inglês United Nations Framework Convention on Climate Change), que realizou sua vigésima quinta reunião organizada e presidida pelo Chile, entre os dias 2 e 13 de dezembro na capital espanhola.
O professor Emilio Lèbre La Rovere, coordenador do Centro Clima, participou de um dos eventos da programação do hub. O “Innovations in Climate Finance: the positive pricing of avoided carbon” ocorreu no dia 4 de dezembro de 2019 e reuniu especialistas como Alfredo Sirkis, do Centro Brasil no Clima, e Jean Charles Hourcade, diretor do CIRED, da França. A pauta do debate partiu da Decisão da UNFCCC que aprovou o Acordo de Paris (parágrafo 108), que reconhece “O valor social, econômico e ambiental das ações de mitigação (…)”. Ao estabelecer que as ações de mitigação que têm um valor econômico, esta decisão instituiu um princípio de preço positivo que pode coexistir com o preço atualmente considerado do próprio carbono.
Segundo a fala dos participantes, uma maneira de implementar um preço positivo do carbono seria um Climate Club de governos e/ou instituições financeiras dispostas a conceder garantias calibradas em um valor por tonelada de emissões evitadas de carbono para apoiar pações com condições AAA de financiamento. Isso abriria o acesso ao capital privado e a empréstimos bancários de mais longo prazo e a taxas de juros mais baixas, além de ajudar a apoiar o surgimento dos projetos de mitigação necessários para alcançar metas mais ambiciosas do que a soma dos NDC’s atuais. Assim, no evento foram debatidas questões relevantes, incluindo as implicações para o sistema bancário: Como o valor intrínseco das ações de mitigação pode ser finalmente reconhecido pelos bancos centrais e agências de classificação? O ‘minus carbon’ pode se tornar o "novo ouro"? Ele pode realmente se tornar um tipo de moeda para pagamentos interbancários como uma criptomoeda?
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Nos dias 25 e 26 de novembro acontecerá o evento “Gestão do Risco da Mudança do Clima para a Saúde Urbana – Construindo Cidades Resilientes”, realizado pelo Núcleo Latino Americano da Rede de Pesquisa Global em Mudança do Clima e Cidades (Urban Climate Change Research Network - UCCRN). O núcleo é sediado pelo Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ e pelo Centro de Estudos Integrados em Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Centro Clima/COPPE/UFRJ), sob a coordenação da Dra. Martha Barata, da FIOCRUZ e Prof. Emilio La Rovere.
O evento, direcionado a pesquisadores envolvidos ou interessados nos temas, tem como objetivo apresentar e avaliar os resultados do Segundo Relatório de Pesquisa em Mudança do Clima e Cidade (Second Assessment Report on Climate Change and Cities – ARC3-2) – saiba mais sobre o relatório AQUI. Além disso, o encontro pretende integrar gestores e cientistas da America Latina na UCCRN e visa propor linhas de pesquisa que contribuam para fortalecer e integrar a pesquisa em Mudança do Clima e Cidade na América Latina, que permitam o planejamento e implantação de estratégias exitosas de resposta aos riscos climáticos das cidades latino-americanas.
A equipe Centro Clima estará presente no evento, com a apresentação da UCCRN pelos coordenadores do Hub Latino (UCCCRN-AL), Martha Barata e Emilio La Rovere. Posteriormente, a professora Denise Silva e Sousa participará de uma mesa redonda intitulada “UCCRN e a Avaliação a Mudança do Clima em Cidades”, em que falará sobre Medidas de adaptação em cidades. O Emilio também participará de uma mesa sobre “Pesquisa e Ensino em Mudanças Climáticas na Fiocruz e na UCCRN-AL”, falando sobre a Mitigação à mudança do clima em cidades. O encontro acontecerá no dia 26/11, entre 9:00 hs e 17:00 hs, no Auditório Maria Deane (Pavilhão Leônidas Deane), IOC-Fiocruz, localizado na Av. Brasil, 4365 – Manguinhos, RJ.
Os coordenadores da UCCRN-AL convidam aos pesquisadores e gestores interessados no tema e solicitam que estes se inscrevam através do site Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Para conferir a programação do evento e ter acesso a mais informações, clique AQUI.
O Moving for Climate NOW consiste em uma expedição de bicicleta que visa promover alianças entre pessoas de diferentes organizações para transmitir uma mensagem sobre a urgência de se unir para refrear os efeitos das ações climáticas. Em apoio à Conference of the Parties (COPs), órgão supremo de tomada de decisão da United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC), a rota se baseia em uma viagem de 7 a 10 dias, durante a qual os participantes têm a oportunidade de discutir a ação climática antes de chegar à sede da COP, onde entregam um manifesto. Nesse ano foi a vez de Madri, cidade sede da COP25, sob a presidência do Chile.
O objetivo do evento é transmitir uma mensagem enfatizando a necessidade de unidade e ação imediata contra as mudanças climáticas, promovendo a transição para um modelo de energia mais eficiente que reduza as emissões de CO2. Como todos os anos, a rota de bicicleta é combinada com sessões de discussão sobre temas específicos. Assim, além de pedalar, os participantes refletem sobre os diferentes aspectos do desafio climático. Para isso, nomes relevantes no tema de mudanças climáticas, de diferentes nacionalidades e organizações, são convidados para construir um diálogo inclusivo, participativo e transparente.
O professor Emilio Lèbre La Rovere, coordenador do Centro Clima, foi convidado para compor o time de ciclistas por suas pesquisas sobre questões relativas ao preço do carbono, como sua relação para o cumprimento das metas do Acordo de Paris, o uso de sua receita para diminuir os encargos trabalhistas e as consequências geradas por essa ação, além da reflexão sobre a contribuição potencial das economias emergentes para conter a magnitude das mudanças climáticas.
Esta iniciativa é organizada pela Iberdrola, com o forte apoio institucional da UNFCCC e da COP25 Chile e aconteceu entre os dias 27 de novembro e 1 de dezembro de 2019. Em todas as edições, a Moving for Climate Now obteve a etiqueta CeroCO2 e o certificado NOW Climate Neutral NOW da ONU, que a certificam como um evento neutro em carbono.
Confira AQUI mais informações sobre o Moving for Climate Now.
No dia 5 de novembro de 2019, aconteceu mais uma reunião do Conselho Empresarial de Meio Ambiente da FIRJAN. O conselho tem como missão acompanhar e analisar as regulamentações em vigor, constituindo-se como um canal de comunicação entre o setor industrial fluminense e as autoridades responsáveis pela gestão do meio ambiente no país. Além de assessorar, apoiar e sugerir ações à Firjan, aponta as necessidades críticas e busca alternativas políticas que solucionem os problemas das empresas. Algumas das questões abordadas pelo Conselho são: licenciamento ambiental, gestão de recursos hídricos, mudança global do clima, biodiversidade, produção e consumo sustentáveis e gestão ambiental empresarial, dentre outros temas.
O professor Emilio Lèbre La Rovere, coordenador do Centro Clima, realizou uma palestra na ocasião, a convite de Thaís Pacheco Kasecker, subsecretária de Conservação Ambiental da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS). Em conjunto, apresentaram os resultados dos estudos do Plano de Adaptação do Estado do Rio de Janeiro. O plano surgiu da necessidade de adequação ao paradigma das mudanças do clima, assim, cumpre a função de informar aos setores sobre os riscos e os impactos potenciais que podem ser gerados. Na palestra, em questão, foram apresentados os resultados do estudo relativo ao Plano e a agenda climática do ERJ.
A iniciativa do Plano de Adaptação do ERJ foi um consórcio entre o Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS), o Instituto GAEA Estudos Ambientais, o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ), a Universidade Federal do Ceará e a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), que desenvolveram a base técnica com contribuições de outras instituições do estado. Foi liderado pelos coordenadores Sérgio Margulis (IIS/GAEA) e Emilio Lèbre La Rovere e equipe (Centro Clima/COPPE/UFRJ), em conjunto com a SEA. A reunião aconteceu na Avenida Graça Aranha, 01 – 12º andar – sala BRD, Centro de Convenções da FIRJAN.
Para acessar ao relatório final do Plano de Adaptação do ERJ, clique AQUI.