Em agosto de 2020, o Centro Clima/LIMA/COPPE/UFRJ concluiu o Plano de Adaptação da Termopernambuco S.A., termelétrica do grupo Neoenergia, que é controlada pelo grupo espanhol Iberdrola. Localizada no Porto de Suape, no Estado de Pernambuco, a Termope foi utilizada como empreendimento piloto para a aplicação da proposta metodológica de incorporação do risco climático nas estratégias de negócios da Neoenergia, desenvolvida a partir de agosto de 2019. Este estudo de caso forneceu elementos para no futuro replicar este Plano de Adaptação também nos demais ativos da Neoenergia (hidrelétricas, eólicas e sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica).
A metodologia baseou-se nos princípios e diretrizes da ISO 14090 (Adaptação às Mudanças do Clima) e ISO 31000 (Gestão de Risco), assim como na estrutura conceitual de avaliação e gestão de risco da mudança do clima do Quinto Relatório de Avaliação (AR5) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Inicialmente, foram identificados os estressores do clima de relevância, os impactos biofísicos associados e respectivas consequências no nível de geração de energia elétrica. A construção de cenários do clima futuro apoiada em séries históricas de informações meteorológicas e oceanográficas e projeções do modelo numéricos de circulação atmosférica Eta/HadGEM2-ES, do INPE, para o cenário de emissão RCP 8.5, permitiu avaliar o comportamento de variáveis como temperatura do ar, precipitação pluviométrica e vento para até 2040, quando é previsto o encerramento das atividades da UTE.
Após a determinação do nível de risco para os perigos climáticos mais relevantes, foram selecionadas potenciais medidas de adaptação físicas e de planejamento às mudanças do clima, tendo em vista reduzir a vulnerabilidade e aumentar a resiliência climática. Além das medidas, foram identificadas lacunas de informação que precisam ser preenchidas para ampliar o conhecimento dos riscos climáticos e embasar a estratégia de adaptação da Termope.
A parceria contou também com eventos de capacitação (palestras, workshops, webinars) para o corpo técnico da Neoenergia, ministrados por professores titulares da UFRJ e pesquisadores do Centro Clima, com o objetivo de promover o tema da resiliência climática, adaptação e criar massa crítica para a sua atuação nesta área.
Entre final de 2019 e início de 2020, em uma iniciativa de integração academia-empresa, alguns alunos de mestrado e doutorado do PPE compuseram três grupos e desenvolveram soluções para desafios reais de mudança climática e de meio ambiente para a Termopernambuco, a Coelba (Redes) e a geração hidráulica. O desenvolvimento dos desafios e soluções encontradas integrou conteúdo disciplinar dos cursos dos alunos na COPPE. Além disso, a convite da Neoenergia, o Professor Emilio La Rovere, coordenador do Centro Clima, representou o Brasil na quinta edição do Moving for Climate, iniciativa da Iberdrola em apoio ao evento climático da Conferência das Partes (COP25), realizado em Madrid, em novembro de 2019.
Confira AQUI o link para o projeto.
Conheça o NOVO site do Laboratório de Transporte de Carga (LTC) do Programa de Engenharia de Transporte (PET) da COPPE/UFRJ que disponibiliza o acervo de 10 anos de atividades de uma seleta equipe de alunos, pesquisadores e professores.
Estão disponíveis para download (gratuito) 12 teses de doutorado, 16 dissertações de mestrado e 11 trabalhos de conclusão de curso sobre temas que vão da sustentabilidade em logística e transporte (47% dos títulos) ao planejamento logístico, do transporte e a prática da multimodalidade (33%), passando por temas como ensino em logística e transporte (10%) e logística reversa (10%).
Você também poderá ter acesso a divulgação de 90 artigos científicos, muitos deles com download gratuito, sobre os dois principais projetos de pesquisa do LTC (sustentabilidade em mobilidade e logística e cenários prospectivos futuros para uso de energia em transportes), bem como a relatórios de 23 projetos de pesquisa concluídos, material de disciplinas correlatas e as aulas de nivelamento sobre transporte, uso de energia e impactos ambientais.
Conheça o trabalho da equipe do LTC!
Visite AQUI o site.
As cidades permanecem sendo afetadas por eventos extremos relacionados à variabilidade e mudança do clima. A ciência do clima fornece informações úteis às respostas dos desafios que as mudanças climáticas apresentam às cidades, agora e no futuro. O estudo Use of Climate Change Projections for Resilience Planning in Rio de Janeiro, realizado por membros da UCCRN, apresenta diferentes métodos de projeções de clima para a cidade do Rio de Janeiro e observa que o processo interativo de comunicação dos riscos climáticos entre cientistas e gestores da cidade contribui para a governança da cidade em prol da resiliência climática sustentável. O artigo sobre o estudo foi publicado pela autoria de Martha Barata, Daniel Bader, Claudine Dereczynsk, Pedro Regoto e Cynthia Rosenzweig.
No estudo, foram usadas três metodologias diferentes para documentar e comparar as projeções de temperatura e precipitação para a cidade do Rio de Janeiro (RJ) ao longo do século XXI. O objetivo é explorar de que maneira as diferenças e semelhanças dessas metodologias e seus resultados apoiam a incorporação de riscos climáticos no planejamento urbano, além de contribuir para a governança das mudanças climáticas nas cidades. Foram comparadas as projeções para RJ do Modelo Regional de Clima do Eta, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em conjunto com dois modelos climáticos globais (Global Climate Models – GCMs) do Hadley Center,) (método Eta-HadCM3 e método Eta-HadGEM2-ES) e 33 GCMs do Coupled Model Intercomparison Project Phase 5 (Urban Climate Change Research Network - método UCCRN).
Os três métodos mostraram temperaturas crescentes no RJ no final do século XXI. As projeções de precipitação abrangem uma redução de 13% a um aumento de 12% ao usar o método UCCRN ou são reduzidas entre 0,4 e 0,5% ao usar o método Eta-HadGEM2-ES. No entanto, o intervalo médio das projeções da UCCRN e Eta-HadGEM2-ES é semelhante.
Verifica-se que a aplicação desses diferentes métodos de projeção de mudanças climáticas na escala da cidade, facilitada por processo de comunicação clara e interativa entre cientistas e partes interessadas pode contribuir para melhor planejar a cidade, bem como definir estratégias de adaptação , que contribuam para a redução de potenciais perdas socais, econômicas e ambientais nas cidades decorrentes de esperados eventos climáticos futuros .A Urban Climate Change Research Network (UCCRN) é um consórcio de mais de 800 indivíduos dedicados à análise da mitigação e adaptação às mudanças climáticas sob uma perspectiva urbana. Os membros da UCCRN são estudiosos e especialistas de universidades e organizações de pesquisa. Eles abrangem uma ampla gama de conhecimentos, incluindo cientistas climáticos; especialistas em ilhas urbanas de calor e em qualidade do ar; cientistas de impacto das mudanças climáticas; cientistas sociais, incluindo cientistas políticos, planejadores e economistas; e urbanistas e planejadores.
Clique AQUI para conferir o artigo na íntegra.
O Projeto ICAT é desenvolvido em parceria pelo Centro Brasil no Clima e o Centro Clima (Coppe/UFRJ) e conta com apoio da Initiative for Climate Action Transparency (ICAT) e da UNEP DTU Partnership, formada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Universidade Técnica da Dinamarca.
Na primeira fase do projeto, realizada em 2019, foram elaborados três cenários de emissões de GEE para os horizontes de 2025 e 2030 e propostos sistemas de indicadores de monitoramento, verificação e reporte (MRV) para avaliar as ações propostas para a implementação da NDC brasileira. Os resultados indicaram que a adoção dessas ações pode levar a uma redução das emissões superior à meta atual, mostrando que há espaço para tornar a NDC brasileira mais ambiciosa.
Atualmente, na segunda fase, o foco do projeto está no nível subnacional, buscando avaliar as ações climáticas adotadas pelos estados. Este trabalho inclui desde a análise do perfil de emissões, até a construção de cenários de emissões e a elaboração de um sistema de MRV para os estados. Além desse componente técnico, o projeto conta também com um eixo de conscientização, cujo objetivo é capacitar os estados para que possam conduzir suas próprias avaliações e aumentem seu engajamento.
O “Workshop de capacitação para estados parceiros” faz parte de uma série de workshops que tem como objetivos engajar os estados na agenda climática apresentando conceitos e instrumentos relacionados ao tema, e promover a participação de atores no nível subnacional na elaboração dos estudos que estão sendo realizados. Para este workshop inicial, o objetivo é promover uma capacitação junto aos estados parceiros abordando alguns dos principais tópicos dentro da agenda climática.
Confira o Workshop:
Confira as informações do Projeto AQUI.
O Fórum Brasileiro de Mudança Climática (FBMC) promoverá, no dia 13 de julho, às 16h, uma conversa sobre o aumento de ambição nos compromissos nacionais junto ao Acordo de Paris. O professor Emilio La Rovere, coordenador do CentroClima e do Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente (COPPE/UFRJ), é um dos convidados a participar do assunto.
Além do professor, integram a conversa: Eduardo Lunardelli Novaes, Secretário de Relações Internacionais, Ministério do Meio Ambiente; Marina Grossi (CEBDS); José Goldemberg (USP); Carlos Nobre (IEA-USP) e Oswaldo Lucon (FBMC).
As inscrições para participar da reunião devem ser feitas AQUI. Após a inscrição, o participante receberá um e-mail de confirmação contendo informações sobre como entrar na reunião.