Relatório anual mais completo do mundo sobre ações climáticas do G20 foi lançado no Brasil em 25 de novembro, com debate de duas horas no Youtube do iCS.
25 de novembro foi a data escolhida para o lançamento do The Climate Transparency Report 2020 no Brasil. Mais completo estudo anual sobre ações climáticas e transição a economia de zero emissões de carbono do G20, baseia-se em cem indicadores de adaptação, mitigação e finanças, e busca gerar boas práticas. Neste ano, o relatório se consiste em duas partes: a avaliação anual das políticas com base nos dados do ano anterior e uma análise dos impactos da crise do Covid-19 e dos esforços de recuperação nas ambições climáticas dos países.
Um dos articuladores da produção do relatório, o professor da Coppe/UFRJ, Emílio La Rovere, afirmou que a iniciativa é extremamente louvável e importante.
“O relatório serve anualmente como uma espécie de painel para verificar o que está realmente indo na direção do objetivo final, que é o cumprimento do Acordo de Paris em cada país, verificar as boas direções, mas que não estejam na velocidade desejada, ou quando estamos voltando atrás. É uma satisfação participar desse estudo internacional junto com outros centros de excelência de países do G20”, afirmou o pesquisador.
O estudo é uma parceria global para estimular a "Corrida ao Topo da Ação Climática” dos países membros do G20 por meio de maior transparência nas ações e políticas que são implementadas em cada um dos países. Reunindo as avaliações climáticas e experiência das partes interessadas, como setor privado e sociedade civil, o trabalho foi desenvolvido por especialistas no tema para produzir uma imagem confiável, abrangente e comparável sobre o desempenho nas nações do G20. O trabalho tem por objetivo subsidiar as informações e fornecer condições para que os países possam fazer um debate profundo sobre a corrida ao topo da ação climática.
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O Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da COPPE/UFRJ ganhou o processo licitatório para formulação do Componente 2A – Modelagem Macroeconômica dos Impactos da Precificação de Carbono no Brasil. O projeto, desenvolvido para o Ministério da Economia do Brasil e o Banco Mundial, foi executado pelos pesquisadores do Centro Clima e encerrado neste ano. Como conclusão, todos os estudos sobre o Componente 2A serão apresentados no Seminário de Encerramento do Projeto PMR Brasil, que acontecerá na próxima terça-feira, 15 de dezembro, de 14:30h às 16:30h.
O PMR (Partnership for Market Readiness) é o principal projeto sobre precificação de carbono no país, co-coordenado pelo Ministério da Economia e
pelo Banco Mundial. Durante o evento, serão apresentados os resultados e contribuições do projeto para uma proposta de precificação de carbono no Brasil. Por conta da pandemia, o evento acontecerá virtualmente.
Sob a coordenação do professor Emilio Lèbre La Rovere, o projeto desenvolvido pelo Centro Clima também teve a participação dos seguintes pesquisadores: Carolina Burle Schmidt Dubeux; William Wills; Carolina Grottera; Claudio Gesteira; Jean-Charles Hourcade; Sergio Henrique Ferreira da Cunha; Marcelo Moreira; Julien Lefèvre; Gaelle Letreut; Mathilde Laurent; Otto Hebeda; e Gabriel Castro.
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O pesquisador do Centro Clima, da Coppe/UFRJ, William Wills, será um dos apresentadores do terceiro e último evento de divulgação do Climate Transparency Report 2020, que terá como tema “Descarbonizando o Setor de Energia nos países do G20 em tempos da crise do coronavírus”. O evento será realizado no dia 2 de dezembro, às 10h (horário de Brasília) e trará os resultados do setor energético nestes países, incluindo os efeitos causados pela pandemia.
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De acordo com o relatório, de 2012 a 2020, o nível de desmatamento no Brasil cresceu 122%. Caso o desmatamento saia de controle, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para atingir as metas do Acordo de Paris não serão atingidas. Por isso, o relatório recomenda que o país deveria, com urgência, reforçar suas políticas de monitoramento e prevenção ao desmatamento ilegal.
Segundo William Wills, este é justamente um dos pontos de destaque do relatório, ainda que seja algo já bem estabelecido no debate público. Além disso, o Plano Decenal de Energia (2019-2029) prevê que 77% dos investimentos em infraestrutura energética irão para o setor de óleo e gás. “Isso é preocupante, pois são tecnologias que ficarão obsoletas. É um lock-in tecnológico. É uma contradição investir na construção de estruturas que terão 30 anos ou mais de vida útil, sendo que para estarmos alinhados com o cenário de 1.5º precisaremos chegar a 2050 com emissão líquida zero de carbono”, critica o pesquisador.
O relatório resulta da colaboração técnica anual entre 14 think tanks e ONGs, dentre os quais o Centro Clima, laboratório coordenado pelo professor Emílio La Rovere, do Programa de Planejamento Energético da Coppe, além do financiamento e apoio de dezenas de outros parceiros.
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O Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da COPPE/UFRJ concluiu o projeto PPE-21197, realizado para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) no período de novembro de 2017 a março de 2020. Este estudo permite que o Governo do Brasil, através do MCTI, consiga atualizar as estimativas das emissões de gases de efeito estufa ao longo de toda a cadeia da prospecção até o uso final de combustíveis fósseis. O projeto desenvolveu metodologias para aperfeiçoar o cálculo das estimativas das emissões a partir dos dados disponíveis, fortalecendo a capacidade de planejamento de medidas para sua mitigação.
Atualmente, o Brasil contabiliza grandes emissões de gases referentes à queima de combustível e emissões fugitivas, nas indústrias de energia, de transformação e de construção, transportes e outros setores. Com as metodologias desenvolvidas pelo Centro Clima, é possível atualizar as estimativas das emissões de gases de efeito estufa (dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e outros) desses setores. Isso possibilita a formulação de estratégias para aumentar a produtividade no uso da energia utilizada, garante o professor Emilio Lèbre La Rovere, coordenador técnico do Inventário no Setor Energia em conjunto com a pesquisadora Carolina Dubeux, ambos integrantes da Rede Clima (Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais do MCTI).
“Os resultados espelham realidades que servem para o planejamento do setor de transporte, do setor industrial e também de uma maior eficiência no uso da energia [nesses setores], na área residencial e na própria geração de energia elétrica”, analisa o professor.
O setor de energia é um dos cinco setores que compõem o Inventário Nacional de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa (GEE), coordenado pelo MCTI. Este é um dos itens da Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CQNUMC), que é um tratado internacional para o Meio Ambiente resultante da Conferência das Nações Unidas realizada em 1992, conhecida informalmente como a “Cúpula da Terra”.
A pesquisadora Carolina, do CentroClima da COPPE/UFRJ, destaca um outro aprimoramento do Inventário Nacional com a apresentação dos resultados de acordo com a estrutura prevista pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas de 2016 (IPCC, na sigla em inglês). “Não é apenas uma questão de mudança e melhoria de fórmulas, mas uma estrutura do trabalho”, avalia. Nos Inventários Nacionais anteriores, o Brasil relatava as emissões de GEE do Setor Energia seguindo a estrutura de divulgação do Balanço Energético Nacional (BEN). Ao adotar a estrutura recomendada pelo IPCC 2006, o Brasil reorganizou a disposição de suas informações de modo a permitir a comparabilidade dos resultados entre países da Convenção do Clima.
Portanto, o Brasil, um dos maiores consumidores de energia, poderá ter agora, a partir dos estudos desenvolvidos pelo Centro Clima, expectativas de “produzir mais com menos”. “Há um potencial de se produzir a mesma quantidade de bens e serviços com menos energia”, analisa o professor. Os pesquisadores também concluem que um dos desafios para o aprimoramento das estimativas se refere ao levantamento de informações sobre a eficiência energética do parque industrial brasileiro, considerando dados atualizados das condições de operação e de manutenção.
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Fonte: Governo Federal
Relatório destaca Brasil como uma das geografias mais vulneráveis às mudanças climáticas.
As instalações de energia limpa estão crescendo de modo sustentado em todas as nações do G20, mas os governos precisam acelerar o abandono dos combustíveis fósseis para cumprir as metas do Acordo de Paris. Essa é a conclusão do relatório Climate Transparency (Transparência Climática) de 2020, uma colaboração anual entre 14 grandes institutos de pesquisa que avaliaram o desempenho climático dos países do G20 em 2019 e os impactos em termos de emissões que as respostas econômicas dos governos à crise da Covid-19 podem gerar.
Com China, Japão e Coréia do Sul aderindo mais recentemente à corrida pela neutralidade de carbono até meados do século, o relatório identifica identifica a necessidade de se estabelecer metas climáticas mais duras, mas os investimentos de curto prazo ainda não são coerentes com essa tendência. Nesse cenário, os pesquisadores advertem que a ação coletiva do G20 — que representa 75% das emissões globais de gases de efeito estufa — é insuficiente para evitar níveis perigosos de aquecimento global. E alertam que trilhões de dólares direcionados aos pacotes de estímulo em decorrência da pandemia terão as energias fósseis como principais beneficiárias se não forem estabelecidas condicionantes climáticas. Segundo o estudo, treze países já apresentaram planos de resgate de companhias aéreas sem nenhuma contrapartida climática, enquanto metade está subsidiando os setores de gás e carvão.
O foco principal do relatório Climate Transparency são as emissões de CO2 dos setores de energia do G20. Em 2019, elas caíram pela primeira vez em função do crescimento das energias renováveis e de políticas ambientais e não por choques externos, como ocorreu na crise financeira de 2008-2009. E até o fim deste ano, haverá uma redução de 7,5% em relação aos níveis do ano passado.
O abastecimento de energia elétrica do G20 continuou fortemente atrelado a combustíveis fósseis (81,5%) em 2019, mas a participação das renováveis aumentou em 19 países no mesmo período, com exceção da Indonésia. As projeções indicam que em 2020 esse crescimento será verificado em todos os membros do grupo, com as renováveis alcançando uma fatia de quase 28% das fontes totais de energia, incluindo as duas únicas economias — Rússia e Arábia Saudita — que não têm políticas de incentivo à energia limpa.
"Antes da pandemia, os resultados da ação climática estavam se concretizando em alguns setores relacionados à energia e a crise consolidou essas tendências", avalia Jorge Villarreal. "Mas sem novas ações climáticas, esses efeitos serão temporários e as concentrações de CO na atmosfera continuarão a aumentar. As escolhas políticas nos próximos meses determinarão se os países do G20 conseguirão dobrar a curva de emissões de forma sustentável".
Brasil vulnerável
Embora não seja o foco do estudo, o desmatamento foi o principal ponto de preocupação do relatório sobre as emissões brasileiras. “Entre 2012 e 2019 o nível de desmatamento cresceu 122%. Se o desmatamento fugir de controle, as metas estipuladas pelo Brasil em sua NDC não serão alcançadas”, explica William Wills, que liderou a produção do capítulo brasileiro do relatório. “O país precisa reestabelecer e fortalecer suas políticas de combate ao desmatamento ilegal”, alerta o pesquisador sênior do CentroClima/COPPE/UFRJ.
Além disso, o relatório alerta que o Brasil está entre os países mais vulneráveis aos eventos extremos que já estão sendo intensificados pelas mudanças climáticas e que se tornarão mais mortais em um cenário de aquecimento da atmosfera acima de 1,5°C, ao lado de Austrália, França, Itália, México, Turquia, Índia, Arábia Saudita e África do Sul. Neste grupo, apenas a Arábia Saudita não apresentou um plano de adaptação. O relatório calcula que nos últimos 20 anos, os países do G20 perderam aproximadamente 220 mil vidas e 2,6 trilhões de dólares em decorrência de eventos meteorológicos severos, como ondas de calor, inundações, estiagens e queimadas.
No dia 25/11 será realizado um seminário para a discussão do capítulo brasileiro do relatório do Climate Transparency Report 2020. O evento será realizado em formato online, das 14h às 15h e contará com a participação de Prof. Emilio Lèbre La Rovere (CentroClima/PPE/COPPE/UFRJ), Gustavo Pinheiro (ICS), Alvaro Umaña (Co-fundador do Climate Transparency e Ex-Ministro de Meio Ambiente da Costa Rica), André Guimarães (Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura), Viviane Romeiro (WRI Brasil).
Lançamento do Climate Transparency Report 2020
Data: 25/11/2020
Horário: 14h às 15:30h
Local: Transmissão Online (Link a confirmar)
Palestrantes:
Prof. Emilio Lèbre La Rovere (CentroClima/PPE/COPPE/UFRJ)
Gustavo Pinheiro (ICS)
Alvaro Umaña (Co-fundador do Climate Transparency e Ex-Ministro de Meio Ambiente da Costa Rica)
William Wills (CentroClima/COPPE/UFRJ)
André Guimarães (Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura)
Viviane Romeiro (WRI Brasil)
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