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29 11 CentroClima Noticia AmbientalA Conferência Internacional debateu mudanças climáticas – seus riscos para as cidades e sua população e trouxe propostas de intervenção em qualidade de vida para as cidades com base no conceito de saúde única. A Conferência ocorreu entre 16 e 19 de novembro, mas ainda pode ser acompanhada pelo Canal do IOC no YouTube ou pelo Instagram.

O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Centro Clima / COPPE - Instituto de Pesquisa e Pós-graduação de Engenharia/ UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Núcleo Latino-Americano da Urban Climate Change Research Network organizaram a “1ª Conferência Latino-Americana de Saúde e Educação Ambiental: das mudanças climáticas à qualidade de vida nas cidades”.

Dentre os objetivos alcançados com êxito na Conferência destaca-se:

  • Fortalecimento de redes de pesquisa e ensino, para debate sobre políticas públicas com propostas efetivas de intervenção para melhoria da qualidade ambiental, geração de produtos educativos relevantes e uma melhor integração da sociedade com o ambiente acadêmico.
  • Fomento ao diálogo de diferentes saberes, estimulando a cooperação entre especialistas em diversos campos relevantes para as cidades, tais como a ciência do clima, inovações tecnológicas, poluição, saneamento, justiça ambiental, saúde, e formação de cidadania planetária, que serão desenvolvidos dentro do conceito de One Health.
  • Apresentação de soluções para tornar as cidades mais saudáveis e resilientes às mudanças climáticas, apresentando resultados a serem divulgados no Terceiro Relatório da Avaliação de Pesquisa em Mudança do Clima e Cidades (ARC3-3), que está sendo preparado pela Urban Climate Change Research Network (UCCRN) e será publicado pela Cambridge University.

A Conferência contou com uma Comissão Científica que avaliou e premiou os melhores trabalhos apresentados.

As palestras, mesas redondas, debates, e trabalhos apresentados ao longo da Conferência estão disponíveis em Canal do IOC no YouTube ou pelo Instagram.

Clique AQUI e confira a Apresentação com os principais resultados da Conferência.

Segue o sumário de algumas reflexões debatidas ao longo da Conferência:

    • Ações públicas são relevantes, mas sociedade civil e setor privado também precisam participar para mitigar os riscos climáticos. Para tal é relevante a integração dos saberes na busca de soluções e a educação com base no conceito de saúde única para ampliar a percepção e fomentar mudanças de comportamento entre os diferentes atores sociais.
    • A Urban Climate Change Research Network (UCCRN) procura apoiar governo, academia, sociedade civil e organizações não governamentais com conhecimento científico o entendimento do risco climático para as cidades e propor soluções de adaptação e mitigação do risco climático, apontando dificuldades e facilidades de ordem tecnológica, financeira, ambiental, social, de governança, dentre outras. Ela tem como mote: cientistas precisam desenvolver soluções para ajudar cidades, através da cooperação entre vários saberes e diferentes cidades/regiões da Terra.
    • Desafios para transformar as cidades: financiamento, comunicação, planejamento, comando e controle e empoderamento das comunidades locais.
      No debate sobre saúde ambiental nas cidades, percebeu-se que o crescimento desordenado das cidades e a falta de planejamento integrado podem interferir diretamente na qualidade do ambiente aquático e terrestre urbano. A poluição dos ambientes urbanos está diretamente associada a doenças e ao aumento de resistência de microrganismos.
    • As pesquisas que associem clima influenciando o vírus do COVID ao clima ainda não são cientificamente conclusivas, pois ainda é cedo (menos de 2 anos de estudo) para conclusões científicas críveis que associem clima influenciando o vírus do COVID ao clima, mas é relevante manter os estudos neste tema. Estudo na cidade do Rio de Janeiro apresentou que a população mais vulnerável, que vive em situação de pobreza e sujeita ao adensamento populacional é mais suscetível ao vírus. “Não existe saúde em ambiente sem qualidade ambiental” (ex: saneamento). O Monitoramento em recursos hídricos contribuiu para identificar casos de SARS. COVID19 em Niterói, em trabalho conjunto com gestores de saúde local a adoção de medidas de prevenção. Exemplo da relevância da Interação entre ciência e ação de gestão local.
    • Mitigar os impactos de desastres naturais perpassa por inovações tecnológicas, estratégias planejamento e implementação de ações para prevenção de impactos e de comunicação e educação. CEMADEN tem um programa de ensino nas escolas que populariza o “aprender para prevenir” e procura transformar as escolas em sustentáveis e resilientes considerando a realidade local.
    • A manutenção e recuperação da natureza ser solução para mitigar desastres naturais. Floresta urbana mitiga risco climático (efeito estufa) e é base da vida. Natureza presta serviços ecossistêmicos.
    • As mudanças climáticas alteram a qualidade de vida dos ecossistemas. Há avanços tecnológicos. Entretanto, medidas de adaptação são muitas vezes difíceis e inviáveis técnica e economicamente. Adicionalmente. É necessário fazer a avaliação dos impactos da tecnologia em outras áreas como por exemplo a da saúde. A prevenção do risco climático pode ter um custo socioecológico e econômico menor do que a remediação. Exemplificando, evitar ações de desmatamento tem um custo econômico líquido menor do que recuperar perdas sociais, ambientais e econômicas por ele impactadas.

 

    • Para solucionar o novo Desafio Global da Crise da Mudança do Clima e da Perda da Biodiversidade e de serviços dos ecossistemas, faz-se necessário:

 

  • Repensar e mudar hábitos de produção e de consumo.
  • Estabelecer planejamento urbano integrado, que conte com participação de partes interessadas locais e que busque reduzir a emissão de GEE além de transformar áreas vulneráveis em áreas adaptadas a mudança do clima. Este é um processo dinâmico, que não prescinde de leis e comando para a gestão do território, bem como, do desenvolvimento tecnológico, o respeito a natureza e a educação integrada com base no conceito do ONEHEALTH (saúde única).

 

Confira AQUI outros detalhes da Conferência.

24 11 CentroClima Brasil2030 NotíciaA Iniciativa Clima e Desenvolvimento: Visões para o Brasil 2030 é liderada pelo Instituto Clima e Sociedade, Centro Clima da UFRJ e Instituto Talanoa, tencionando a criação de um futuro com baixo carbono. No dia 15 de outubro, lançaram o documento "Clima e Desenvolvimento: visões para o Brasil 2030 - Documento de Cenários e Políticas Climáticas".

O objetivo do relatório é a elaboração e planejamento de estratégias para diminuir a emissão de gases de efeito estufa. O Prof. Emilio La Rovere atuou como um dos Coordenadores Gerais do documento "Clima e Desenvolvimento: Visões para o Brasil 2030".

Através de estudos, entende-se que existem três áreas críticas que devem ser corrigidas: precificação de carbono, controle do desmatamento e construção de uma economia de restauração florestal. A expectativa é que o investimento nessas áreas diminua em até 82% as emissões até 2030.

Na COP 26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021), serão expostos os caminhos viáveis para alcançar-se os objetivos relatados pela iniciativa. O Brazil Climate Action Hub - Hub criado durante a COP25 - disponibilizará novamente o espaço para debates internacionais abertos e plurais sobre questões climáticas.

Confira AQUI o Sumário Executivo da Iniciativa.

O estudo foi publicado nas matérias:

23 09 CentroClima Noticia ConferênciaO Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Centro Clima/COPPE/UFRJ e o Núcleo Latino Americano da UCCRN está coordenando a 1ª Conferência Latino-Americana de Saúde e Educação Ambiental: das mudanças climáticas à qualidade de vida nas cidades. Este evento será online realizado no campus virtual da Fiocruz, de 16 a 19 de novembro de 2021

O programa inclui palestras, mesas-redondas, sessões de apresentações orais, sessões de vídeos e pôsteres. Esta primeira edição, contará com a participação de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, coordenadores e líderes de grupos de pesquisa, bem como estudantes de graduação e pós-graduação, promovendo o diálogo sobre o tema.

Em face da evidência do perigo climático, pretende-se com este evento fomentar o diálogo de diferentes saberes, estimulando colaborações e cooperações em diversos temas, tais como ciência do clima, inovações tecnológicas, saúde e educação que possam contribuir para formação de sociedades mais resilientes e saudáveis nas cidades. 

Além disso, a ocasião também contará com a apresentação de resultados que compõem o Terceiro Relatório da Avaliação em Mudança do Clima e Cidades (ARC3-3), produzido pela UrbanClimateChangeResearch Network (UCCRN) e será publicado pela Cambridge University. O evento será transmitido no Youtube e a submissão de resumos acontece até 13 de outubro.

 

Programação: 

Dia 16

09h - Abertura do Evento

Hermano Castro (Vice-Presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz);
Dr. Rodrigo Correa de Oliveira (Vice-Presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz);
Elmo Amaral (Vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do IOC);
Tereza Favre (Coordenadora da Câmara Técnica de Ambiente do IOC);
Martha Barata (Co-diretora do UUCRN-LA HUB);
Clélia Christina Mello Silva (IOC/Fiocruz, UCCRN-LA)

10h - Palestra de abertura: A Cidade que queremos: saudável e resiliente frente ao clima

Palestrante: Cynthia Rosenzweig (UCCRN-LA, NASA, Columbia University)

Moderação: Eduardo Cavaliere (Secretário de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro)

11h - Debate

13:30h - Mesa Redonda: Mudanças Climáticas e Cidades

Convidados: Emílio Lèbre La Rovere (Centro Clima/PPE/COPPE/UFRJ; UCCRN-LA)
Maria Fernanda Campos Lemos (PUC-RJ; IPCC AR6; UCCRN-ARC3.3)
Bárbara Cesar Barros (C40 Cities)
Ana V. Diez Roux (Drexel University; Salurbal)

Moderação: Martha Barata (Centro Clima/COPPE/UFRJ; UCCRN-LA)

16h - Mesa Redonda: Mudanças Climáticas, Desafios e Possíveis Soluções

Convidados: Carlos Nobre (Instituto de Estudos Avançados, USP)
Debora Kligerman (ENSP/Fiocruz; UCCRN-LA)
Sophia Picarele (PROCAM/USP; ICLEI América do Sul)

Moderação: Martha Barata (Centro Clima/COPPE/UFRJ; UCCRN-LA)

Dia 17

09h - Mesa Redonda: Mudança do Clima, COVID 19 e Cidades

Convidados: André Périssé (ENSP/Fiocruz; UCCRN -ARC3.3)
Tatiana Prado (IOC/Fiocruz)
Nelzair Araújo Vianna (Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz/Fiocruz; UCCRN -ARC3.3)

Moderação: Elizabeth Rangel (IOC/Fiocruz)

11h - Mesa Redonda: Planejamento Urbano, Vulnerabilidade, Equidade e Justiça Social

Convidados: Mattia F. Leone (University of Naples Federico II, Co-Director UCCRN European Hub; UCCRN-ARC3.3)
Jeffrey Raven (RAVEN A+U - Architecture + Urban Design LLC.New York Institute of Technology (NYIT-Manhattan); (UCCRN-ARC3.3)
Camilo Osório (Pratt Institute; UCCRN-ARC3.3)

Moderação: Maria Silvia Muylaert de Araújo (CEHAB/RJ; IPCC- AR6; UCCRN-ARC3.3)

13:30h - Mesa Redonda: Clima e Ambiente nas Cidades

Convidados: Aloysio Ferrão (IOC/Fiocruz)
Tatsuo Schubo (ENSP/Fiocruz; UCCRN-ARC3.3)
Enrico Saggioro (ENSP/Fiocruz)

Moderação: Claudia Portes Santos Silva (IOC/Fiocruz)

16h - Apresentações Orais

Moderação: Arnaldo Maldonado Junior (IOC/Fiocruz)

Dia 18

09h - Mesa Redonda: Educação Ambiental para Promoção da Saúde Planentária

Convidados: Mauro Guimarães (UFRRJ)
Celso Sanchez (UNIRIO)
Clélia Christina Mello-Silva (IOC/Fiocruz; UCCRN)

Moderação: Rosana Meirelles (UERJ)

11h - Mesa Redonda: Resiliência Urbana a Extremos Climáticos Usando Soluções Baseadas na Natureza

Convidados: Regina Célia dos Santos Alvalá (CEMADEN)
Célia Herzog (DAU/PUC; UCCRN-LA; UCCRN-ARC3.3)

Moderação: Eduardo Mário Mendiondo (USP - São Carlos; UCCRN-ARC3.3)

13:30h - Mesa Redond: Soluções de Políticas Públicas e Institucionais para Cidades Saudáveis e Sustentáveis

Convidados: Oswaldo Lucon (USP; IPCC; UCCRN-ARC3.3)
Carlos Minc (Deputado do Estado do Rio de Janeiro)
Andrea Vasconcellos (VPAAPS/Fiocruz; UCCRN-ARC3.3)

Moderação: Susana Kahn Ribeiro (COPPE/UFRJ; IPCC)

16h - Apresentações Orais

Moderação: Fabiana Barbieri Seleguim (Nepam/Unicamp; UCCRN)

Dia 19

10h - Centro de Estudos do IOC: A relevância e urgência da Agenda 2030 e do Acordo de Paris para a Construção de Cidades Saudáveis e Sustentáveis

Palestrante: Paulo Gadelha (Fiocruz)

Moderação: Martha Barata (UCCRN)

11h - Premiação do Melhor Trabalho Apresentado sob a Forma de Pôster e de Apresentação Oral

Clique AQUI para mais informações.

Acesse o Instagram da Conferência! 

24 11 CentroClima Event NotíciaCom o objetivo de reforçar a colaboração coletiva na redução das emissões de gases de efeito estufa, o side event do projeto ACT-DDP “Assessing company transition with deep decarbonization pathways in Brazil and Mexico – lessons learned from the ACT-DDP Project” aconteceu no dia 9 de novembro de 2021, no International Development Finance Club (IDFC), pavilhão na COP26.

O projeto ACT-DDP é a união de duas iniciativas: a primeira, ACT (Assessing Low Carbon Transition), que aplica metodologias contra o desempenho setorial, e a segunda, DDP (Deep Decarbonization Pathways), que desenvolve metodologias analíticas para construir trajetórias nacionais de longo prazo consistentes. O propósito do projeto é alcançar a meta global firmada no Acordo de Paris, focando nos setores com destaque econômico, que mais emitem gases de efeito estufa no Brasil e no México. Para isso, projeta-se o acompanhamento dessas empresas e suas metas quanto à transição para uma economia de baixo carbono, promovendo maior comunicação entre os governos e a iniciativa privada.

Saiba mais sobre o Projeto ACT-DDP AQUI.

O evento abordou o compromisso que deve ser assumido pelos governos e pela iniciativa privada para manter o aquecimento global abaixo do limite de +2ºC. O Acordo de Paris promulgou a dinâmica da comunhão entre as empresas privadas e os atores estatais para alcançar o objetivo, mas destacou a falta de conexão entre esses dois agentes.

Representando o Centro Clima, o Professor Emílio La Rovere apresentou a palestra “Developing sectoral deep decarbonization pathways in Brazil and Mexico: challenges and opportunities” no evento.

Além disso, vale destacar as apresentações da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), sobre o setor de energia elétrica no Brasil. A CEMIG participou da palestra intitulada “The role of companies in sectoral decarbonisation – Assessing company strategies”.

Confira a programação do evento AQUI.

Veja a apresentação exibida pelo Prof. Emilio (Centro Clima) AQUI.

Confira o vídeo do evento:

18 10 CentroClima Noticia RelatórioRepresentantes da sociedade brasileira lançaram, nesta sexta-feira, 15/10, o documento "Clima e Desenvolvimento: visões para o Brasil 2030 - Documento de Cenários e Políticas Climáticas", propondo alternativas para um futuro alicerçado no desenvolvimento sustentável, com base na descarbonização da economia, justiça e inclusão social. O texto foi construído a partir das contribuições de mais de 250 especialistas e lideranças de governos subnacionais, além de representantes do parlamento, de organizações da sociedade civil, de empresas, fundos de investimento, coalizões e associações privadas.

O documento busca refletir a contribuição dos diversos atores consultados sobre como aumentar a ambição brasileira, no que se refere às estratégias para enfrentar as mudanças do clima, tendo por base os compromissos assumidos no Acordo de Paris. E traz três cenários:

Cenário de Retomada Econômica (REF - referência): prevê a retomada do desenvolvimento econômico com distribuição de renda, mas sem adotar uma política amigável para o clima: com isso, há aumento do desmatamento até 2023, seguido de queda até 2025 e estabilidade até 2030;  o Plano ABC, o Renovabio e programas de mitigação atuais seguem o desempenho usual, sem precificação explícita do carbono nem novas políticas climáticas até 2030; com isso, as emissões de GEE em 2030 são apenas 41% inferiores às de 2005, ficando aquém do compromisso da NDC brasileira para o Acordo de Paris (43%)

Cenário de Retomada e Transição Justa (CMA1 – cenário de mitigação adicional 1):agrega ao cenário REF uma radical redução do desmatamento e aumento da plantação de florestas em áreas públicas e privadas, a partir de 2025; e a precificação do carbono: um mercado de cotas comercializáveis de emissões do uso de energia fóssil e de processos/produtos (IPPU) para o setor industrial; e uma taxa de carbono sobre as emissões do uso de combustíveis fósseis nos demais setores da economia. O preço do carbono cresce até atingir 9,5 US$/tCO2e em 2025 e 19 US$/tCO2e em 2030;  100% das receitas da precificação de carbono são destinadas à redução de encargos trabalhistas e a transferências de renda para evitar perda de poder de compra das famílias mais pobres; políticas setoriais investem mais BRL 92,2 bilhões acumulados (em relação ao REF) em ações de mitigação de custos compatíveis com o preço de carbono em cada período; isto permite alcançar uma redução de 66% das emissões em 2030, em comparação com 2005, em trajetória compatível com o atingimento do objetivo de emissões líquidas zero em 2050, e com o mesmo crescimento econômico, melhor distribuição de renda e criação de 113 mil empregos adicionais em 2030, em comparação com o REF.

Cenário de Retomada, com transição justa para neutralidade climática e taxa anual de desmatamento zero em 2030 na Amazônia e Mata Atlântica (CMA2 – cenário de mitigação adicional 2):agrega ao CMA1 um nível ainda maior de efetividade das políticas parareduçãododesmatamento, que chega a zero na Amazônia e na Mata Atlântica, e para incrementar as remoções de carbono em mais 30% (em relação ao CMA1), em especial nas terras indígenas e unidades de conservação; desta forma, as emissões líquidas do setor de AFOLU (agricultura, pecuária, mudança do uso da terra e remoções) se tornem negativas em 2030; isto permite que as emissões do país em 2030 sejam 82% inferiores ao nível de 2005.

Alcançar os cenários de mitigação adicional formulados acimadepende da ação do Poder Público para eliminar a grilagem de terras, as ações ilegais de incentivo ao desmatamento, reorientar investimentos importantes para infraestruturas de baixo carbono, buscar novos patamares nas políticas públicas de descarbonização e da mobilização da sociedade brasileira para exigir o cumprimento das leis. Nesse sentido, os debatedores consideram que o elemento decisivo será a construção de capacidades sociais e institucionais para avançar rumo à transição definitiva e inclusiva de baixo carbono, em todos os setores e regiões.

Para o Brasil chegar a 2030 com desmatamento zero e a 2050 com neutralidade climática, há um longo caminho a ser construído, saindo da ambição para ação efetiva.

Segundo o documento, uma forma de viabilizar os cenários mais ambiciosos é destravar as finanças climáticas no Brasil, tanto do ponto de vista da transição do sistema financeiro para o de baixo carbono, quanto de financiar essa transição. A criação de um instrumento de precificação de carbono é condição necessária, porém insuficiente, dado o perfil interno de emissões de gases poluentes, embora a tarefa seja de responsabilidade de todas as esferas de governo em parceria com o setor privado.

As recomendações são a somatória de caminhos possíveis, coletivos e mensuráveis para a descarbonização e refletem as diferentes visões sobre as políticas necessárias para alcançar esse objetivo comum, mas não representam, necessariamente, o pensamento consensual de todos os consultados. Para retratar as várias experiências exitosas em curso no Brasil e que servem de parâmetro para a construção de novos rumos, o documento traz, inclusive, um mapa de cases bastante expressivos.

O processo de consultas técnicas e políticas que resultou no documento "Clima e Desenvolvimento: Visões para o Brasil 2030 - Documento de Cenários e Políticas Climáticas" evidenciou que desenvolvimento e descarbonização são complementares e capazes de se potencializar mutuamente quando bem administrados. Mais do que isso, diz o texto, "é desejável que o Brasil realize uma transição para baixo carbono o quanto antes para qualificar seu desenvolvimento e se tornar mais competitivo na corrida climática global".

Os diferentes processos de construção do documento foram coordenados pelo Centro Clima da COPPE-UFRJ, responsável por um Comitê Técnico-Setorial, e pelo Instituto Talanoa, que liderou um Comitê de Líderes sobre Política Climática, trabalho apoiado do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e por um conjunto expressivo de organizações, redes e coalizões.

A Iniciativa Clima e Desenvolvimento: visões para o Brasil 2030 écoordenada por um Comitê Executivo que reúne mais de dez instituições da sociedade civil organizada e academia. A Iniciativa conta, ainda, com a articulação de um Comitê Político Externo, que congrega grandes nomes da área ambiental e do setor produtivo. E um Comitê Jurídico.

Clique AQUI e confira o Sumário Executivo completo.

Clique AQUI e confira o documento Clima e Desenvolvimento: Visões para o Brasil 2030.

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